Orientação para retirada de animais foi repassada pela Coordenadoria
Regional de Educação de Ponta Porã
Nesta segunda-feira pela manhã educadores e a comunidade
escolar da Escola Estadual Miguel Marcondes Armando demonstraram
total insatisfação com uma orientação repassada pelo professor Ronaldo
Caccia, responsável pela Coordenadoria Regional de Educação – CRE-11 –
de Ponta Porã, através da qual determina a retirada de animais que por
ventura estejam no pátio da unidade escolar.
Ocorre que há mais de três anos a comunidade da Escola Miguel
Marcondes cuida de dois gatinhos que vivem no pátio da escola. Os
animais são castrados, vacinados e recebem alimentação, além de
atenção e todos os cuidados necessários. Se transformaram em mascotes
da escola que é uma das maiores da rede estadual na região de fronteira.
A orientação para a retirada dos gatinhos teria sido tomada com base no
Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Acontece que os animais segundo a comunidade escolar e a própria
direção da escola não incomodam e vivem apenas no pátio da escola. “Os
gatinhos são doceis, não entram no setor de manipulação de alimentos e a
nossa cozinha é fechada, portanto eles não oferecem nenhum tipo de
risco”, disse a professora Márcia Regina Montani.
O diretor da Escola Miguel Marcondes, Paulo Henrique Retamozo
Marques, disse que os dois gatinhos permanecem o tempo todo no pátio,
não tendo nenhum tipo de contato com o setor de preparação de
alimentos. Ressaltou também que as crianças e os professores adoram os
dois animais. “Atualmente nós temos 110 professores, além de servidores
administrativos, alunos, pais de alunos e se pesquisar 99% são favoráveis a
permanência dos gatinhos no pátio da escola”, disse.
Diante da situação, o presidente da Câmara Municipal, Agnaldo
Miudinho, juntamente com os vereadores Thiago Vedana e Fabrício de
Souza, estiveram na escola Miguel Marcondes, onde mantiveram reunião
com a direção. “Pelo que ouvimos das pessoas são dois pequenos animais,
doceis, vacinados, castrados e que não apresentam qualquer risco a
integridade física das crianças que ali estudam, ao contrário, as crianças
tem apego aos animais e tratam os gatinhos como mascotes da escola”,
disse Agnaldo Miudinho.
O presidente da Câmara também ressaltou que o regulamento da
Anvisa ao qual está baseada a orientação da Coordenadoria Regional de
Educação é exclusiva para local de serviços de alimentação. “Não existe
nenhum impedimento para que os animais de estimação permaneçam no
pátio da escola, até porque a retirada causaria tristeza nas crianças que
criaram vínculo afetivo com os animais”, disse Agnaldo Miudinho,
acrescentando que nesta terça-feira, dia 21 de maio, será apreciado um
Projeto de Lei na Câmara Municipal, através do qual constará permissão
para permanência de animais de estimação no pátio das escolas.